terça-feira, janeiro 31, 2006

Filme: O Poeta das Sete Faces


As Mil Faces do Poeta


Apesar de ser um documentário e, assim, passar a impressão de ser um relato seqüencial, contínuo e cansativo, de informações, O Poeta das Sete Faces é um filme repleto de surpresas e emoções.

A voz suave de Julia Lemmertz e Antônio Grassi alternam-se, ao longo de toda a obra, narrando os principais acontecimentos da vida do grande poeta Carlos Drummond de Andrade. Muitas imagens e dramatizações fazem o espectador viajar no tempo, encontrando pessoas e lugares característicos do tempo em que Drummond caminhava pelas irregulares ruas de Minas Gerais.

O filme dividi-se em três partes correspondentes as principais fases da vida e da poesia do escritor. O ator Carlos Gregório, de maneira surpreendente e especial, apresenta-se como o jovem poeta e encena divertidas situações pelas quais Carlos Drummond pôde divulgar sua poesia, seus livros e sua forma de enxergar a vida.

Iniciado por uma descrição da infância do autor, o filme relata que Carlos Drummond nasceu no ano de 1902, em Itabira, uma cidade do estado de Minas Gerais. Assim, é apresentado como o nono filho do casal Carlos de Paula Andrade e Julieta Drummond de Andrade, que constituíram uma família de fazendeiros, financeiramente, em decadência.

Aos oito anos de idade, após trabalhar em uma loja comercial, o menino inicia seus primeiros anos de estudo no Grupo Escolar Doutor Carvalho Brito, na cidade de Belo Horizonte. Dois anos depois, parte em busca de outros desafios na cidade de Nova Friburgo, onde conhece, no colégio interno onde estudou, Gustavo Capanema e Afonso Arino de Melo Franco, com os quais desenvolveu importantes trabalhos na década de 30 e 40.

Após saber um pouco mais sobre a infância de Drumond, o espectador se impressiona e canta em conjunto com o cantor Samuel Rosa que de forma musicada e interessante apresenta um dos poemas mais conhecidos de Drumond, o "Poema de Sete Faces", o primeiro texto do primeiro livro do autor. "Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra, disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida (...)".

Em seguida, após alguns comentários e outras informações, é a vez do texto “A Quadrilha” cujos intérpretes demonstram, através de uma alegre encenação, como o humor irônico do poeta surgiu em meio a realidade brasileira.

A partir deste momento, é retratada a entrada do modernismo na sociedade paulistana. Muita agitação e rebuliço marcaram a cidade de São Paulo e Drummond pôde se destacar como "o poeta do seu tempo", um momento de grande atuação política e crítica social. Os poemas “A Blag” e “A Piada” começaram a aparecer e assim, serem reconhecidos pela comunidade literária do país.

Ao longo das encenações, profissionais e estudiosos da obra de Carlos Drummond, em diferentes contextos da filmagem, demonstram pontos de vista particulares em relação à escrita e a poesia do autor. Pessoas como Mario Chamie, Benetido Nunes, Luiz Costa Lima, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Santana, Adélia Prado e Leandro Konder, entre outros, aparecem, esclarecendo
opiniões e depoimentos pessoais.

Estes relatos oferecem um caráter especial, crítico e muito enriquecedor à obra, uma vez que desperta no público a curiosidade pelas poesias, pelas características especiais do poeta e, ainda, aproxima intelectuais e escritores do espectador amante da literatura nacional.

Mario Chamie, por exemplo, relata, que Drummond foi o grande fundador da modernidade no Brasil. Luiz Costa Lima, diz que, neste momento, o poeta procurou demonstrar, através de sua poesia, a total aversão que possuía em relação à linguagem “oficializada”. Relata ainda, que existe uma nítida correlação entre o eu lírico do autor e a realidade que o cercava. “Ele tentava estabelecer uma ligação entre o interno e o externo, entre o ‘eu’ e a realidade. Porém, este ‘eu’ não conseguia se dissolver nesta realidade”. Era então, “um eu lírico contorcido, conflitivo e repleto de contrastes”.

O filme é realmente surpreendente, sensível, acolhedor e humano. Através de uma linguagem simples, porém, criativa e dinâmica é capaz de atingir e emocionar diferentes tipos de pessoas. “Bendito sejas Carlos Drummond de Andrade”.

Flávia Amazonas de Azevedo


domingo, janeiro 29, 2006

Filme: Vinícius

Quem Pagará o Enterro e As Flores Se Eu Me Morrer de Amores?

Existem certos espetáculos que parecem ser feitos, inquestionavelmente, para sensibilizar e agradar todas as pessoas que admiram a arte e as suas diversas formas de expressão.

Esta parece ser a proposta de “Vinícius”, um filme que através de uma admirável habilidade artística e uma perceptível riqueza de detalhes, consegue atingir e conquistar todos os espectadores, demonstrando a vida e a obra de um poeta, que marcou a história da literatura brasileira, e demonstrou, através da música e da poesia, como é importante curtir cada momento da vida para ser feliz.

Misturando música, poesia e dramaturgia, o filme se transforma em um comovente “pocket-show”, que ao longo do roteiro, intercala apresentações de poemas, depoimentos de pessoas que conviveram com o poeta e imagens de marcantes momentos da vida pessoal e profissional do compositor.

O espetáculo se inicia com a narração da crônica de Rubem Braga, escrita em 1980, em homenagem ao amigo, depois de dois meses da sua morte. Com o intuito de demonstrar ao companheiro como a sua ausência lhe causava tristeza e como ele sentia sua falta, o escritor declama... “Meu caro Vinicius, escrevo-lhe aqui de Ipanema para lhe dar uma notícia grave: a primavera chegou. É a primeira desde 1913 sem a sua participação. Seu nome virou placa de rua. E nessa rua, que tem seu nome na placa, vi ontem três garotas que usavam minissaia. Parece que a moda voltou nessa primavera”.

Ao longo da filmagem, imagens do Rio de janeiro, nas primeiras décadas do século passado, em conjunto com memórias familiares e arquivos jornalísticos, retratam a infância, as paixões e os amores deste advogado, diplomata e poeta que desde sua concepção, já se encontrava em um mundo de puro talento.

Filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da prefeitura, poeta e violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também amadora, Vinícius morava em uma casa cercada por muita música, dança e alegria, onde seu tio Henrique de Melo Moraes e outros compositores se encontravam quase em todos os finais de semana.

Intercaladas às apresentações e narrações, as filhas do compositor, Susana, Georgina, Maria e Luciana, além de amigos como Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Carlos Lyra, Edu Lobo, Toquinho, Gilberto Gil, entre outros, declaram interessantes e curiosas experiências que viveram com o autor, contribuindo, de maneira fundamental para a composição do enredo.

Tônia Carrero, amiga muito presente na vida do poeta, com quem o mesmo desfrutou confidências e momentos de melancolia, diz, emocionada, que Vinícius era uma pessoa que amava a vida e todas as pessoas que ele envolvia. Por isso, gostava de apaixonar-se diversas vezes e viver rodeado por pessoas. Eram essas paixões que sustentavam sua alegria e sua vontade de escrever, trabalhar e produzir. “Ele era capaz de qualquer baixeza por um amor”, afirma, com humor, a atriz.

Assim, Vinícius casou-se nove vezes. Todas as mulheres são apresentadas no documentário. Através de fotos e de uma narração, delicadamente estruturada, o relacionamento pessoal do compositor com as companheiras é destacado, em todos os momentos, como um fator determinante para as suas ações e, principalmente, para a sua escrita.

"Era o amor que alimentava sua poesia", afirma Tônia Carrero. "Ele precisava do precipício da paixão para viver". Porém, Toquinho, amigo e companheiro de trabalho do autor, afirma que “a grande angústia da vida de Vinícius era saber que ele jamais encontraria a mulher de sua vida”. Por isso tentou tantas vezes e, paradoxalmente, não conseguia ser infiel. Enquanto duravam, suas relações eram muito fortes e incandescentes, assim como descreveu, claramente, em um de seus poemas: "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".


Entre as palavras mencionadas, a que mais chama atenção em relação ao poeta é a generosidade. Em conjunto com adjetivos como afetuoso, solidário, divertido, aglutinador e harmonizador, é possível perceber a essência da personalidade de Vinícius. Ao tentar descrever o companheiro, Edu lobo declara: “uma vez eu estava em casa, assim meio a toa, Vinícius telefonou para mim e disse: Liguei só para saber se está tudo bem...”.

Em fim, são inúmeras, interessantes e gostosas as informações que esse magnífico filme, habilmente, concebido e elaborado, oferece a todos os seres humanos. Através da união da música, do ritmo, da rima e da poesia ele demonstra, prazerosamente, como a vida é repleta de momentos simples e cotidianos capazes de despertar emoções e sentimentos tão verdadeiros que, assim, se tornam insubstituíveis. Como afirmou Ferreira Gullar ao falar sobre a poesia e as características de Vinícius, "Ele ensinou o povo brasileiro a ser feliz".

Flávia Amazonas de Azevedo

Presépios do Mundo Inteiro

Paz e Individualidade para o Mundo

A fim de expressar a importância e a função dos presépios natalinos como um poderoso instrumento de evangelização, Dom Primo Mazzolari, utilizando as seguintes palavras, afirmou: “Se o mundo quiser ter homens livres, justos e com espírito de fraternidade, é fundamental não esquecer o caminho dos presépios”.

Misturando cores, tecidos, formas e materiais diversos, a amostra plástica “Presépios do Mundo Inteiro”, concebida pelo Colégio Marly Cury, de forma simples, porém bem elaborada, procura demonstrar como a magia do natal pode fazer com que civilizações e culturas diferentes coexistam em paz fraterna diante de um misterioso e consagrado acontecimento histórico: o nascimento de Jesus Cristo.

Esses cenários, que representam o nascimento de Jesus, a adoração dos três Reis Magos e dos Pastores, como é reconhecido e encontrado atualmente, sofreu grandes modificações ao longo do tempo.

A partir do final do século III, são datados os primeiros relatos sobre visitas, de peregrinos, ao local de nascimento de Cristo, a gruta de Belém.

O fato, porém, é representado por meio de imagens, a partir do século IV, quando relevos em sarcófagos, instrumentos litúrgicos e afrescos começaram a ilustrar a situação.

A gruta, tão falada e popularizada, teve a sua primeira réplica executada em Roma, no século VII, onde na Basílica de Santa Maria Maggiore foi admirada e valorizada como uma verdadeira relíquia.

Depois de muitos anos, um importante acontecimento é realizado e valorizado pela igreja católica até os dias atuais. Em 1223, festejando a véspera de Natal, em conjunto com os cidadãos da cidade de Assis, na Itália, São Francisco deseja explicar, de forma diferente e descontraída, o nascimento do menino Jesus.

O santo da aldeia de Greccio, então, levou para dentro de uma floresta, situada perto da cidade, uma manjedoura, um boi e um burro e encenou de forma compreensível e didática o momento da chegada do “Enviado”.

As representações plásticas, porém, que reconstroem fisicamente o acontecimento do Natal, na forma como são conhecidas atualmente, começaram a aparecer somente no final do século XV.

As figuras se deslocaram dos altares das igrejas e começaram a se manifestar em formatos alternativos e articulados, de forma que os observadores pudessem visualizá-las em três dimensões. Nasce então, a principal característica dos atuais presépios: figuras soltas, independentes, tecnicamente concebidas a partir de diferentes materiais oferecendo peso e massa corporal.

Dessa forma, inicia-se a história do presépio, palavra que, segundo os estudiosos, significa “lugar onde se recolhe o gado; curral ou estábulo”. Assim, ela foi escolhida para designar essas representações que ilustram o nascimento de Cristo, cuja realização se efetuou, propositadamente, dentro de um estábulo, a fim de disseminar o espírito da humildade e da fraternidade.

Contudo, um presépio, não é constituído apenas de elementos e figuras. A paisagem contribui, de maneira significativa, para representar as atividades e o estilo de vida da população durante aquele período histórico.

Na exposição apresentada no Teatro Municipal, os presépios formam, aproximadamente, um total de doze obras, e procuram demonstrar como as culturas de diferentes lugares podem demonstrar e destacar a paisagem natural do nascimento de Cristo de curiosas e interessantes maneiras.

Com a habilidade e a sensibilidade de um artista, a amostra reúne uma parte significativa da diversidade cultural encontrada entre alguns países que, apesar de tais diferenças, são habitat de pessoas que valorizam e respeitam o momento do Natal com a mesma intensidade.

Utilizando formatos, cores, objetos e materiais diferentes, o visitante pode observar e admirar obras oriundas de diferentes localidades do mundo, que demonstram essa variedade de maneira prazerosa e original.

O presépio representante da Suíça, por exemplo, destaca, curiosamente, em seu fundo, um relógio de parede, conhecido como “cuco”, objeto tradicional das famílias pertencentes a esse país. E demonstra, ainda, detalhadamente, o estilo de vestimenta, também tradicional, utilizada por homens e mulheres nascidos lá.

A obra artesanal do Japão é muito característica e autêntica. Utilizando bonecos com os olhos puxados, o rosto pintado de branco, e vestimentas com estampas e tecido japonês, o presépio demonstra, de forma divertida e particular, como as pessoas desta nação, localizada do outro lado do planeta, são reconhecidas e apresentadas por meio da sua cultura.

Apesar do estilo simples, a peça que divulga a cultura e o folclore da cidade de Olinda, se destaca, entre as demais, apresentando características marcantes da região. Utilizando fitas coloridas, como as usadas em festas de carnaval e uma toalha elaborada com estopa, a obra concebida em cerâmica e disponível sobre um conjunto de tijolos, demonstra o estilo e o material característicos das atividades artesanais desta localidade.

Seguindo o mesmo intuito, todas as peças foram articuladas com o objetivo de divulgar e propagar as características, as tradições e o folclore de alguns diferentes locais. Assim, o visitante pode admirar obras do Egito, da Polônia, do Peru, de Portugal, da Argentina, do México, de Jerusalém, entre outras.

No meio da seqüência de obras, ao fundo da sala, um grande presépio, mecanicamente funcional, destaca de forma alegre e colorida os principais movimentos e ações da população que habitava a cidade de Nazaré naquela época.

Ao final da exposição, o observador pode, ainda, ver uma linda obra concebida toda em areia e barro, representando os primeiros presépios confeccionados aqui, no Brasil, pelas mãos do padre José de Anchieta, durante o período do descobrimento. Ao fundo, a peça apresenta a bandeira do Brasil, chamando a atenção e emocionando muitos visitantes.

Desta forma, é difícil não gostar e admirar a pequena exposição e grande movimento cultural que de maneira habilidosa e discreta, procura demonstrar como o espírito da paz, do amor e da fraternidade, difundidos e propagados, principalmente, durante o mês natalino, podem estar presentes, entre os diferentes povos, gerando assim, harmonia, paz e serenidade para todas as pessoas, independente de raça, cor, etnia ou status social.

Flávia Amazonas de Azevedo

Informações históricas retiradas do site:

www.amigosdopresepio.org/historia

Vida Doce Vida







A vida é uma estrada repleta de caminhos e desvios.
É preciso saber guiar-se entre seus diferentes rumos
E escolher, principalmente, aquele que melhor se adapta à você.

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Nem tudo na vida é passageiro
Nem tudo na vida é inevitável
Nem tudo na vida é permanente
Nem tudo na vida é controlável.

É preciso admistrar os conflitos,
o medo, a insegurnça, a dúvida.
Não sabemos quando estamos prontos.
Sempre existe algo a mais para aprendermos.
Porém, sabemos que estamos vivos ...
E isso já é o bastante para tertarmos continuamente ...

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A vida é como um mar, aparentemente, sem fim.
Sabemos que existe a linha do horizonte,
mas não sabemos quando , nem como, a alcançaremos.

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Porque será que queremos ser perfeitos ??
Se não existissem os erros, não saberíamos como, supostamente, é a perfeição ...

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A vida como um mar de rosas também tem a presença de espinhos ...

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Tudo na vida passa
É preciso ter fé e esperança.
É preciso acreditar ...

Acreditar no futuro e nas forças
que existem no mundo ...

Acreditar no amor, na vida,
no sonho e na alegria ...


Flávia Amazonas de Azevedo

sábado, janeiro 28, 2006

Águas Passadas


Não Olhe para Trás


Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito

Se o que é errado ficou certo
As coisas são como elas são
Se inteligência ficou cega de tanta informação

Se não faz sentido
Discorde comigo
Não é nada de mais
São águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe
Não olhe pra trás

Você quer encontrar a solução
Sem ter nenhum problema
Insistir em se preocupar demais
Cada escolha é um dilema

Como sempre estou mais do seu lado que você
Siga em frente em linha reta e não procure o que perder

Se não faz sentido
Discorde comigo
Não é nada de mais
São águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe
Não olhe pra trás

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